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A ideia de liberdade é uma forja.
Pode moldar, sem a facilidade da forma.
Liberta e transforma, como se de alquimia se tratasse.
Pelo fogo.
... por sobre o labirinto, pois que, numa fase mais precoce ou em tempo posterior, Dédalo descobre que pode voar.
Faço-lhe companhia nesta tarde, não no olhar mas no abandono. Por momentos, sintonizo o meu passo com o dela, e deixo o vento embalar-nos. Atrás do rosto, dentro, em si.
(Woman face, Johfra)
Your Element Is Fire |
![]() Your passion and emotion are as obvious as the brightest flame. You make sparks fly, and your passion always has the potential to burst out. You are exciting and creative - and completely unpredictable. You sometimes exercise control, and sometimes you let yourself go. Friends describe you as sensitive, spirited, and compulsive. Bright and blazing with intensity, you seem mysterious and moody to many. |
Fico aqui, antes de sair para o teu mundo.
Antes de ser o dia.
Antes de ser verdade que chove a cântaros e faz frio.
Fico aqui, antes dos funerais.
Há sempre um, pelo menos, por dia.
Do gesto que não deu certo, da promessa quebrada, das coisas mal-resolvidas que atravacam a passagem. Das coisas que morrem, a cada dia.
Fico aqui, onde o céu está azul, o sol brilha e posso ignorar o som dos pingues nos guarda-chuvas.
Há sempre um, pelo menos, à mão de abrir.
Mas hei-de ir a pé, sem ele. Que faz sol e está um céu azul, de morrer de espanto.
Em caso de falhar a audácia, não é de prosseguir.
Roda-se nos calcanhares, encolhem-se os ombros, erguem-se as sobrancelhas e deixa-se de pensar no assunto.
Caso se queira ou se sinta a batida do arrojo, é de seguir.
Virar à direita para Agra, onde o amor erigiu marca indefectível. Passar ao largo de Tiro e de Nicósia, acenar a Minos, dobrar à esquerda para aquela que foi anunciada como Delenda est. Cartago seja. Nos jardins de Aníbal.
Vale a sério não ter hesitado na animação mercantil de Khan el-Khalili ou nas estátuas perfiladas de Tebas. E prosseguir a viagem, em atávica busca.
Como quem demanda Ítaca.
Descer, resistir ao brilho das minas do Sábio Rei. Ouvir o canto do oceano na gruta onde Adamastor se lamenta. Subir devagar, das ruínas de Wina Wayna, para franquear a Porta do Sol e aceder à idade Perdida. E subir sempre, para tiritar de frio em Skraeling, sob o vento frio do Arktu, urso que arreganha a alma.
E prosseguir.
Em busca da rota que se acreditava ser, ainda que possa desvelar-se bruxuleante miragem
Prossigo.
Que as possibilidades desta geografia impossível e ardente são infindáveis.
Incomensuráveis. Impercrustáveis.
Existem, quer as veja, quer não.
Mas vejo. Desenho. Crio, para me inventar.
Chego aos portões, dou as boas-noites ao Principe Valente e entro em Avalon quando a lua nasce.
A meu favor
Tenho o verde secreto dos teus olhos
Algumas palavras de ódio algumas palavras de amor
O tapete que vai partir para o infinito
Esta noite ou uma noite qualquer
A meu favor
As paredes que insultam devagar
Certo refúgio acima do murmúrio
Que da vida corrente teime em vir
O barco escondido pela folhagem
O jardim onde a aventura recomeça.
Alexandre O'Neill
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