A meu favor
Tenho o verde secreto dos teus olhos
Algumas palavras de ódio algumas palavras de amor
O tapete que vai partir para o infinito
Esta noite ou uma noite qualquer
A meu favor
As paredes que insultam devagar
Certo refúgio acima do murmúrio
Que da vida corrente teime em vir
O barco escondido pela folhagem
O jardim onde a aventura recomeça.
Alexandre O'Neill
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A meu favor...
tenho o vento que ruma para sul
olhares recheados que o tempo mantem
palavras ternas, de tom indelével;
tenho a ira e a indignação
a capacidade de se incendiar
florestas sombrias de clareiras solarengas
aqui e agora, como ali e depois
tenho a meu favor
a teimosia persistente em não se deixar vencer
a deliberada rota de viagens em si
a cartografia dos afectos
do amor e da zanga, do riso e da raiva
dos voos e quedas,
do acto falhado transformado em ganho.
a meu favor
o favor de mim
2 comentários:
Excelente o teu parafraseio...
nunca experimentei mas fiquei com vontade de parafrasear... quem?
talvez o parafraseio da minha amiga esvoaçante. Parece-te bem?
Vou tentar.
Beijos.
liiindo...
já fui buscar... ficou tão bem, delicadamente sintónivo :)
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