Em caso de falhar a audácia, não é de prosseguir.
Roda-se nos calcanhares, encolhem-se os ombros, erguem-se as sobrancelhas e deixa-se de pensar no assunto.
Caso se queira ou se sinta a batida do arrojo, é de seguir.
Virar à direita para Agra, onde o amor erigiu marca indefectível. Passar ao largo de Tiro e de Nicósia, acenar a Minos, dobrar à esquerda para aquela que foi anunciada como Delenda est. Cartago seja. Nos jardins de Aníbal.
Vale a sério não ter hesitado na animação mercantil de Khan el-Khalili ou nas estátuas perfiladas de Tebas. E prosseguir a viagem, em atávica busca.
Como quem demanda Ítaca.
Descer, resistir ao brilho das minas do Sábio Rei. Ouvir o canto do oceano na gruta onde Adamastor se lamenta. Subir devagar, das ruínas de Wina Wayna, para franquear a Porta do Sol e aceder à idade Perdida. E subir sempre, para tiritar de frio em Skraeling, sob o vento frio do Arktu, urso que arreganha a alma.
E prosseguir.
Em busca da rota que se acreditava ser, ainda que possa desvelar-se bruxuleante miragem
Prossigo.
Que as possibilidades desta geografia impossível e ardente são infindáveis.
Incomensuráveis. Impercrustáveis.
Existem, quer as veja, quer não.
Mas vejo. Desenho. Crio, para me inventar.
Chego aos portões, dou as boas-noites ao Principe Valente e entro em Avalon quando a lua nasce.
2 comentários:
Viagem alucinante para aceder à idade perdida. Possível, apenas, na tua geografia de ser esvoaçante e etéreo.
Bjo.
e que não respeita tempo nem espaços :)
mas a beleza do que se inventa é mesmo (ou pode ser) não ceder a parâmetros (ou a regras), particularmente eucliadianos!
dia feliz, e beijo
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