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entre a placidez e a meditação,
linhas sem crispações,
suavidade espelhada em ondulação pouca...
céus, que inveja...
... por sobre o labirinto, pois que, numa fase mais precoce ou em tempo posterior, Dédalo descobre que pode voar.
"Se alguma coisa há que esta vida tem para nós, e, salvo a mesma vida, tenhamos que agradecer aos Deuses, é o dom de nos desconhecermos: de nos desconhecermos a nós mesmos e de nos desconhecermos uns aos outros...
A alma humana é um abismo obscuro e viscoso, um poço que se não usa na superfície do mundo. Ninguém se amaria a si mesmo se deveras se conhecesse, e assim, não havendo a vaidade, que é o sangue da vida espiritual, morreríamos na alma de anemia. Ninguém conhece outro, e ainda bem que o não conhece, e, se o conhecesse, conheceria nele, ainda que mãe, mulher ou filho, o íntimo, metafísico inimigo. Entendemo-nos porque nos ignoramos..."
Fernando Pessoa
Livro do Desassossego